Em Português os nomes dos dias são mesmo monótonos. Mas os dias em Inglês, Francês ou Espanhol são bem mais interessantes: ~ Sunday (domingo) - do Latim "dies solis", o dia do sol: nome de um feriado pagão romano. ~ Monday (2ª) - do Anglo-Saxónico "monandaeg", o dia da lua. O segundo dia era consagrado à Deusa da Lua. (para os Franceses é lune, daí lundi; para os Espanhóies é luna, daí lunes). ~ Tuesday (3ª) - do Deus nórdico Tyr. (Para os romanos era o dia de Marte. Daí o Mardis francês ou o Martes espanhol) ~ Wednesday (4ª) - do Deus nórdico, chefe de todos os deuses, Wodan (Odin). (para os romanos o dia de Mercúrio. Daí o Mercredi francês ou o Miércolis espanhol) ~ Thursday (5ª) - do Deus nórdico Thor, o baixote ruivo com mau temperamento e um martelo. (para os romanos era o dia de Júpiter ou Joves. Daí o Jeudi francês ou o Jueves espanhol) ~ Friday (6ª) - da Deusa nórdica Frigg, a esposa de Odin. (Para os romanos era o dia da Deusa Vénus. Era o "dies veneris". Daí o Vendredi francês ou o Viernes espanhol. Também daqui as doenças venéreas, doenças provocadas por Vénus, pelo "amor"... ~ Saturday (Sábado) - do Deus romano Saturno. Era o "dies Saturni", dia de Saturno. A forma como a língua portuguesa designa os dias da semana é única: Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira. A origem desta designação é antiga apesar de não ser comum a alguma outra língua europeia (o grego tem uma designação semelhante, mas sem o «feira» ou equivalente). Mas porquê «feira»? Porque não «Segundo-dia, Terceiro-dia, Quarto-dia, Quinto-dia, Sexto-dia», por exemplo? A primeira coisa que ocorre a qualquer um que sobre isto pense é que se trata de uma referência aos dias de mercado (feiras). A explicação tem uma ponta de verdade mas, na verdade, é mais uma consequência do que uma causa. «Feria» era, nos dias do Império Romano, a designação do dia em que as pessoas, em especial os escravos, não eram precisavam de trabalhar e, nos tribunais, não havia julgamentos. Os «feriae publicae» (feriados públicos) eram divididos em três tipos de «feria»: os «stativae» (que ocorriam sempre na mesma data, eram estáticos), os «conceptivae» (que eram móveis em termos de data) e os «imperativae» (instituídos para comemorar uma data específica). Quando o império romano se tornou cristão, a Igreja instituiu os «feria» como os dias em que os fiéis deviam se reunir para assistir à missa. Esses aglomeramentos de pessoas, antes e depois da missa, levaram ao surgimento de mercados nesses dias. De tal forma o costume se implantou, que «mecado» e «feira» (palavra que resultou de «feria») se tornaram sinónimas. Como seria de esperar, todos os dias da semana eram dias para ir à missa e, logo, para a realização da «feira». Nos Rituais Litúrgicos, os dias que não o «Sábado» (do dia santo «Sabbath» judeu, dia em que Deus descansou após fazer o Mundo) e o «Domingo» (dia consagrado a Deus, ao Senhor - «Dominus» em Latim), são designados como «feria». Inicialmente, esses «feriae» ocorriam na semana da Páscoa. Domingo era o primeiro dia de celebração, depois havia a «Segunda-feira» (o segundo dia de celebração, de «feria»), a «Terceira-feira» (o terceiro dia de celebração) e assim por diante, até «Sexta-feira». A designação espalhou-se, depois, para a designação dos dias da semana do ano inteiro. O Português foi a única língua europeia que manteve essa designação religiosa, mantendo as outras línguas europeias as designações mitológicas antigas. Portanto, o uso de «feira» como sinónimo de «mercado» para cada dia da semana, é uma consequência, e não propriamente uma causa, da designação dos dias.