Diário das pequenas descobertas da vida.
Domingo, 7 de Janeiro de 2007
O Príncipe e a roda
Era uma vez um menino que vivia num reino muito distante e que era filho do rei e de uma mulher de condição humilde. Desde pequeno, o menino mostrou ser muito dotado e inteligente, destacando-se dos outros príncipes nos estudos, mesmo do seu irmão mais velho, o futuro rei. Um dia, já crescido, o principezinho foi enviado para acabar com uma revolta na província de que era governador o seu irmão mais velho. Assim que, na província, se soube que ele vinha, foi acolhido por todos e a revolta acabou sem luta. O príncipe mais velho ficou furioso e convenceu o pai a exilar o príncipezinho-já-crescido. Durante dois anos viveu longe da sua casa e de tudo o que gostava até que novamente houve uma revolta no reino do seu pai e ele pediu-lhe que voltasse. O príncipe foi ferido na batalha que se seguiu mas a revolta foi extinguida. Um ano depois o rei adoeceu e morreu e, como todos o admiravam e respeitavam, queriam que fosse ele o novo rei, apesar de não ser o irmão mais velho. Mas este não era o desejo do pai e todos os seus meio-irmãos fizeram os possíveis para que subisse ao trono o príncipe mais velho. Num momento de fraqueza e revolta, o príncipe atacou a cidade onde viviam os seus irmãos, matou-os a todos e tornou-se rei. Arrependeu-se muito deste momento de fraqueza e, depois de subir ao trono, mandou colocar, por todo o reino, colunas de pedra a louvar os seus irmãos. Entretanto, sem se aperceber, o seu acto maligno dominou-lhe o coração e, durante oito anos, fez guerras atrás de guerras, alargando o seu reino. Um dia quis conquistar um reino independente vizinho. Mas a guerra não foi fácil e o príncipe-agora-mau decidiu enviar todas as suas tropas para a batalha. Milhares de pessoas morreram e o reino foi finalmente vencido e destruído. Após a vitória, o príncipe foi dar uma volta pela capital do reino que vencera e, ao passar pelas casas queimadas e pelas pessoas em sofrimento e mortas, o príncipe-até-então-mau apercebeu-se da enorme maldade que tinha governado o seu coração e gritou, de desespero, «O que é que eu fiz?!». Voltou a casa vitorioso mas com o coração pesaroso, porque se tinha apercebido do enorme sofrimento que tinha causado. Era um rei poderoso mas, perante o que tinha feito e visto, jurou nunca mais fazer guerras. Por isso libertou todos os prisoneiros que tinha feito e devolveu-lhes as suas terras. O menino-cruel tornou-se no menino-piedoso e devotou o resto da sua vida a melhorar a vida dos seus súbditos e a fazer as leis mais justas que o Mundo alguma vez conheceu. Ainda hoje o seu antigo reino reino tem, na sua bandeira, o símbolo do menino que se arrependeu do sofrimento que causou e se tornou no melhor de todos os reis.

Esta quase podia ser uma história de encantar, na qual o bem triunfa e a maldade é vencida. Mas a verdade é que esta história faz mesmo parte da História.

O príncipe chamava-se Açoka (ou Asoka ou Ashoka) e o seu reino é a actual Índia.
Viveu 72 anos (304AC–232AC) e tornou-se rei do Império Máuria com 31 anos (273AC). Este império ocupava um pouco mais do que a área da actual Índia e foi fundado em 352AC por Chandragupta Maurya, avô de Açoka e dissolveu-se em 185AC, apenas 47 anos após a sua morte. Tinha como capital a cidade de Pataliputra (actualmente a cidade indiana de Patna), uma das mais antigas cidades do mundo continuamente habitadas, referida pelo historiador grego Megasthenes como tendo 14,5 quilómetros de comprimento e 3 quilómetros de largura.

Açoka é o único dos reis registados pela História que, apesar de militarmente vitorioso, renunciou à guerra. Começou o seu reinado com morte e destruição e acabou-o com sabedoria e clemência, convertido ao budismo.
Quando o Império Máuria começou era um pequeno reino, na costa ocidental da península indiana. Chandragupta, avô de Açoka, e o seu pai Bindusara (que mereceu o simpático epíteto de Amitraghatta «Carniceiro dos seus inimigos») extenderam os seus domínios para além do seu pequeno reino e Açoka (que significa, em sânscrito «o que não tem remorsos») alargou-o até à maior das suas extensões.

Enquanto vivia na actual Índia, sucediam-se muitos eventos importantes na Europa, que fazem parte do período clássico da civilização ocidental.
Quando Açoka tinha 15 anos (288AC), subiu, ao trono de Épiro (na Grécia), Pirro, primo de Alexandre Magno, e que foi o primeiro comandante a levar elefantes de guerra para a península itálica (foi baseado em Pirro que Aníbal, em 218AC, na 2ª Guerra Púnica, levou elefantes de guerra e atravessou os Alpes para atacar Roma).
Para mais sobre Pirro ver Kara victoria.
Quando Açoka tinha 18 anos (285AC) foi construído o Colosso de Rodes (na ilha grega com o mesmo nome) e os Romanos unificavam a península itálica, a caminho do seu vasto império.
Um ano após subir ao trono do Império Máuria (em 272AC), após matar o seu irmão Vitthashoka e todos os seus meio-irmãos (incluindo o príncipe mais velho Susima</b>, o seu mais directo rival) Pirro abandona finalmente a Itália, incapaz de prosseguir a luta contra as tropas romanas e após ter vivido a sua famosa «Vitória de Pirro».
Quando morreu, em 232AC, os romanos tinham já unificado a península itálica, a 1ª Guerra Púnica tinha já terminado, há 9 anos (241AC), a 2ª Guerra Púnica só aconteceria passados 14 anos (218AC). Roma ainda era apenas uma potência regional, ocupando a península itálica e tendo Cartago (que significa «Cidade nova» em língua fenícia) como grande rival.

Foi então, nesta época clássica, quando o vasto Império de Alexandre Magno se encontrava dividido e os Romanos começavam a sua ascenção como a maior potência da civilização ocidental, que Açoka viveu e se tornou o exemplo maior de governante justo e leal, após uma década de violência e mortes.
A sua cidade natal, Pataliputra, capital do Império Máuria, era afamada na Ásia e na Europa e o seu império estendia-se pelo sul da cordilheira dos Himalaias, abarcando o actual Paquistão, o Irão e grande parte do Afeganistão (incluindo a cidade de Kandahar, fundada por Alexandre Magno como «Adrianópolis»).

A civilização helénica, trazida para a região pelas conquistas de Alexandre, era vista como a mais culta do mundo e Bindusara, pai de Açoka, escreveu a Antíoco, rei da Síria, a pedir que lhe enviasse, no próximo carregamento de figos e vinho, um professor grego para os seus filhos (tal como Alexandre tinha tido um tutor grego), mas a lei grega não permitia a venda de professores a estrangeiros. Teve por isso Bindusar de dar uma educação estrictamente hindu aos seus filhos, Açoka incluído.
O príncipe sempre se destacou nos estudos e nas lides militares e, ao chegar à idade adulta, comandava já vários regimentos do exército de 1 milhão de homens do reino. Os seus irmãos viam a ascenção militar de Açoka com preocupação e Susima</b>, o seu irmão mais velho e governador da província de Sind (no sul do actual Paquistão), convenceu o rei a ordenar a Açoka e aos seus regimentos que debelassem a revolta que se fazia sentir na província. Os habitantes de Sind estavam descontentes com a governação de Susima</b> e acolheram Açoka em festa e a revolta terminou imediatamente. Invejosos do sucesso de Açoka, os príncipes conseguiram que fosse exilado durante dois anos. Foi depois chamado, pelo pai, para acabar com uma revolta no centro do reino. Açoka acabou com a revolta com o seu exército e foi ferido na luta. Enquanto estava ferido foi tratado monges budistas, que primeiro lhe falaram no Budismo. Um ano depois de se recuperar, o seu pai adoeceu. Açoka foi então chamado pelos ministros do seu pai para subir ao trono, apesar do herdeiro natural ser Susima</b>, o irmão mais velho. Este atacou a cidade de Pataliputra para estabelecer o seu poder mas foi derrotado por Açoka, que o matou ainda antes de chegar à cidade. Após a derrota de Susima</b> mandou matar os seus irmãos, que se tinham juntado à causa do príncipe mais velho. Livre de outros pretendentes ao trono, Açoka tornou-se o incontestável Imperador máurio em 273AC, com 31 anos. Durante 8 anos expandiu o seu reino através de constantes guerras com os reinos vizinhos, que ia vencendo e anexando. Após dar por finalizada a expansão para oeste, Açoka virou-se para o sul do seu reino, para o independente reino de Kalinga, situado na costa oriental indiana. Em 261AC inicou uma guerra com este reino, visando anexá-lo ao seu já vasto império. Mas os habitantes de Kalinga prezavam a sua independência e a liberdade que gozavam no seu reino e opuseram-se ferozmente às tropas de Açoka. Após várias lutas, as suas tropas mataram 100 mil homens, aprisionaram 200 mil e ficaram sem casa e sem meios de subsistência 1 milhão de pessoas. Foi a maior vitória militar de Açoka e foi também a sua última, havendo ainda territórios no sul da península que eram independentes do Imperador. Mas Açoka, perante o terrível custo humanitário desta guerra, perante todas as mortes e destruição que trouxe, em vez de se alegrar pela sua vitória foi inundado pela «tristeza da saciedade». Perante tanta violência, os ensinamentos budistas que lhe tinham transmitido os monges que tinham cuidado dele afloraram e Açoka arrependeu-se vigorosamente das suas acções. Renunciou a futuras guerras e conquistas militares e Açoka, o feroz guerreiro, converteu-se ao evangelho budista da paz, numa estranha conversão religiosa, em que o conquistador se torna conquistado. Talvez as semelhanças entre a juventude de Açoka e a juventude de Buda tenha contribuído para a sua conversão...

O Chacra de AçokaO Chacra de Açoka é um antigo símbolo indiano do «Dharmachakra», A Roda da Vida e da Ordem Cósmica, do sânscrito «Chakra» -roda e «Dharma» -ordem cósmica. Tem 24 raios, cada um simbolizando um princípio espiritual diferente. O Chacra de Açoka surge inscrito em muitas obras de pedra deixadas por Açoka ao longo do seu reino. Em 1947 foi colocado na bandeira da República da Índia como homenagem a Açoka.
Curiosamente, a mãe de Açoka chamava-se Dharma...


O nome original de Buda era Siddhartha Gautama e nasceu no século 5AC ou 6AC em Lumbini, uma região do sul do Nepal, entre este e a Índia, filho de Suddhodana, chefe de uma tribo do Nepal, e da sua esposa, a princesa Maya. Teve uma vida luxuosa e casou com 16 anos, com uma prima da mesma idade, de quem teve um filho. Até aos 29 anos a sua vida foi rodeada de festas e opulência, sendo cuidadosamente afastado das misérias do Mundo.
Mas, com 29 anos, saiu do seu palácio para dar um passeio a sós. Viu então um idoso estropiado. Esta visão perturbou-o, fazendo-o pensar que envelhecer era o destino de todos os Homens. Em outros passeios que efectuou encontrou pessoas doentes, encontrou um cadáver em decomposição e um sábio asceta. Perturbado por estas 4 visões, decidiu abandonar o seu palácio e todas as suas riquezas para viver como um monge errante.

Dirigiu-se então à região de Magadha (que viria, séculos depois, a ser a base do Império Máuria e onde nasceria Açoka) para aprender a descartar os confortos da vida e a praticar uma vida de ascetismo («asceta» vem do grego «askesis» que significa «prática, treino, exercício» e veio depois a significar todo aquele que renuncia aos prazeres mundanos para atingir objectivos mais elevados espirituais). Mas esta vida não lhe deu as respostas que procurava. Sentou-se então debaixo de uma figueira e jurou só sair quando alcançasse o entendimento. Aos 35 anos encontrou finalmente as respostas que procurava e tornou-se «Buda» (que significa «o Iluminado», da raíz sanscrita «budd» - despertar).
Curiosamente, há uma lenda que afirma que Buda previu que, 200 anos depois do seu nascimento, nasceria um rapaz, chamado Açoka, que seria uma encarnação sua...

Chegou então à conclusão que o sofrimento humano era originado pela ignorância e visualizou os passos necessários para acabar com o sofrimento. As suas conclusões reuniram-se nas «4 Nobres Verdades»: 1- a vida é feita de sofrimento; 2- a fonte do sofrimento é o desejo e a insatisfação; 3- para parar com o sofrimento há que deixar para trás o desejo e a insatisfação; 4- o caminho para parar o sofrimento é a visão correcta, a intenção correcta, o discurso correcto, a acção correcta, o viver correcto, o esforço correcto, a mentalidade correcta e a concentração correcta.
Para Buda também, a alma existe e passa por várias migrações, a caminho da iluminação, a caminho de se tornar Buda e cada vida equivale a uma nota que soa numa sala aberta e faz vibrar, em uníssono, outros instrumentos semelhantes, ao longo dos corredores do tempo, até que a nota é por fim absorvida na harmonia universal. Cada vida tem consequências importantes no Mundo e cada ser humano é parte fundamental da Humanidade. Tudo é importante, na visão budista, do mais pequeno passarinho ao maior dos elefantes.

Édito de Açoka na região do antigo rino de KalingaAçoka abraçou de corpo e alma a doutrina de Buda. Ao contrário deste, não abandonou a sua vida real, mas usou-a para aliviar o fardo do seu povo. Promulgou, por isso, um novo código de leis, que mandou gravar em colunas de pedra por todo o Império. Eram catorze os princípios estabelecidos por Açoka:
1- Toda a vida é sagrada. Não haveria mais guerras ou sacrifícios de animais, ou morte de animais para consumo.
2- É dever de todos zelar pelo bem-estar de todos os seres vivos. Por todo o Império foram abertos poços para matar a sede, árvores foram plantadas para aliviar o calor, ervas medicinais foram plantadas para aliviar o sofrimento.
3- Todos devem praticar obediência aos pais, liberalidade com os amigos, respeitar os seus professores e fazer negócios honestos.
4- A bondade é para pregar e praticar.
5- Devem ser seguidos os trilhos difíceis da boa acção em vez dos trilhos fáceis da má acção. Para isso, foram nomeados funcionários para ensinar, por todo o império, os princípios da Justiça.
6- Deve-se ser diligente, especialmente para promover o bem-estar dos outros. Como exemplo, Açoka declarou-se sempre disponível para ouvir uma queixa ou reparar uma injustiça.
7- A benevolência deve ser seguida por todos. O excesso de um é propriedade de outro.
8- Deve-se espalhar a religião, para alimentar o espírito como se alimenta o corpo com comida.
9- Devem ser abandonadas as ocupações frívolas, para procurar leis mais benignas para o estrangeiro e um tratamento mais justo para o escravo.
10- Deve-se obedecer à lei do estado, quando for boa e pedir ao rei que a mude, quando for má.
11- Todos os seres vivos devem ser respeitados.
12- Deve-se praticar a tolerância. Tratar com respeito os crentes de outras fés é exaltar a própria religião e é ofendê-la persegui-los.
13- Todos devem vencer o seu próprio ódio, é essa a maior das vitórias.
14- A repetição destas ideias é criar as raízes da «doce suavidade da Clemência».

Foi esta a Bíblia de granito que Açoka deu ao seu povo e que ainda hoje pode ser encontrada espalhada por toda a Índia. O «cruel Açoka» (Chandashoka) do início do seu reinado tornou-se o «piedoso Açoka» (Dharmashoka). E estes éditos de Açoka, gravados em pedra por toda a Índia, tornaram-se a pedra fundamental de toda a vida indiana. Não é de espantar que a figura de Gandi se possa rever tão cabalmente nas leis de Açoka.
Mesmo após 25 séculos, as suas leis tornaram-se de tal forma parte da mentalidade indiana que hoje é quase impossível dissociar as leis de Açoka do espírito indiano. Gandi teve uma óptima base de partida para a sua independência-não-violenta.

O mundo actual, em especial a sociedade ocidental, vive com a a noção de que a evolução das sociedades é linear e de que não há época mais evoluída da História humana do que aquela que agora se vive. Mas qualquer político moderno coraria de vergonha ao ler os éditos de Açoka e ao ponderar sobre a sua História. E neles se encontram também princípios que qualquer um pode empregar para ser um pequeno Buda na sua própria vida, independentemente das suas convicções religiosas (ou de as ter sequer).
Não é difícil ponderar quanto o budismo, através dos éditos imperiais de Açoka, terá contribuído para a coluna dos valores morais das grandes religiões monoteístas nascidas muito perto, de onde um dia um menino se tornou um rei bom e justo.
Há uma teoria que defende que, na História de Jesus Cristo, o período por relatar da sua infância terá sido passado na Índia, onde terá aprendido os valores do Budismo, e que ainda lá se encontrará enterrado, na sepultura de um homem santo, ainda hoje venerado na Índia, de nome Yuz Azaf, como já relatado no artigo Ao contrário da crença popular (Yuz Azaf)...</i>
Se algum desejo tivesse para o ano de 2007, era que Açoka pudesse novamente inspirar o Mundo e que as suas leis fossem gravadas no coração de todos, tal como o foram na pedra há 25 séculos...

Bandeira da Índia


Publicado por Mauro Maia às 10:58
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De maresia a 13 de Janeiro de 2007 às 20:44
E eu iludida e encantada porque era só uma história... :(


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